quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Crise Convulsiva



Como agir diante de uma crise convulsiva ?




Como ocorre uma crise convulsiva?


O corpo sofre contrações musculares intensas e involuntárias. A pessoa se debate, pode ficar arroxeada, lábios e dentes ficam cerrados e há salivação excessiva. Na maioria das vezes, ocorre perda de consciência. Essa é a descrição feita por quem já presenciou uma crise convulsiva, condição que ocorre repentinamente.



 



Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), até 10% da população mundial tem, ao menos, uma convulsão durante toda sua vida. 



Diante de uma situação como essa, esqueça o que diz a crença popular e jamais tente abrir a boca de alguém que esteja tendo uma convulsão. "A mandíbula é muito forte". 


A coloração arroxeada é resultado da forte contração dos músculos respiratórios. “Em alguns casos, a pessoa pode gritar, também resultado dessa contração. Colocar a mão na boca não vai resolver e quem está ajudando ainda corre o risco de se machucar seriamente”





A orientação é virar a pessoa de lado para que ela não aspire saliva”. Essa posição evita que a língua obstrua a passagem do ar e também que a pessoa se engasgue.


  


Outra medida importante é tirar a pessoa de perigo. 
Para isso, coloque-a deitada no chão, mantenha-a afastada de objetos cortantes e móveis, e, se possível, retire colares e óculos e proteja a cabeça com uma almofada, travesseiro ou algo macio.

 




Obs: Não jogue água no rosto da pessoa.






As crises em geral duram cerca de dois minutos, mas podem se estender por até cinco. “Se o tempo for superior a esse, acione uma ambulância ou leve a pessoa a um hospital. A crise convulsiva é sintoma de uma condição neurológica aguda ou de epilepsia e deve ser abordada como urgência médica em quem nunca a teve”


Quando a crise termina, é normal haver sonolência, dor de cabeça e confusão mental. Esse estado, chamado de pós-ictal, pode durar de uma a duas horas. Nesse período, evite dar de comer ou beber à pessoa, pois os movimentos ainda podem estar descoordenados.





Epilepsia

Nem toda crise convulsiva, ao contrário do que muitos pacientes acreditam, é sintoma de epilepsia. Outros fatores como febre alta, tumor cerebral, hipoglicemia, acidente vascular cerebral (AVC), meningite, intoxicação, traumatismo crânioencefálico, reações adversas a medicamentos e abuso de drogas ou álcool podem ocasionar uma crise.



A convulsão só caracteriza um quadro de epilepsia caso se repita por mais de duas vezes. Essa doença é um distúrbio neurológico crônico que afeta pessoas de todas as idades. 




A estimativa da OMS é que 50 milhões de pessoas em todo o mundo tenham a doença. A crise acontece quando há uma falha nos impulsos elétricos do cérebro.



Durante a convulsão a orientação é colocar a pessoa deitada no chão, de lado, mantendo-a afastada de objetos cortantes e móveis.



Quando um tumor ou uma lesão cerebral é responsável pelos episódios convulsivos dá-se o nome de epilepsia sintomática ou secundária. Entretanto, o tipo mais comum – que afeta seis em cada dez pessoas com o problema – é a chamada idiopática, quando os motivos que levam à crise são desconhecidos. 






As crises epilépticas podem ser parciais (focais) ou generalizadas. A primeira é provocada por alterações em qualquer parte do cérebro e, por isso, pode apresentar sintomas diversos, que vão desde o formigamento ou náusea até ouvir barulhos estranhos ou sentir cheiros diferentes. As crises parciais podem, em sua evolução, ter generalização. Nesse caso, definem-se as crises secundariamente generalizadas.
 







A crise generalizada é a mais conhecida da população e envolve todo o cérebro e os sintomas são a inconsciência e as contrações musculares involuntárias e bruscas.


“Essa distinção é muito importante, porque as drogas antiepilépticas usadas para tratar crises focais e crises generalizadas normalmente são diferentes. No caso de uma crise secundariamente generalizada, a escolha deve ser por uma droga para tratar crises focais, uma vez que a crise efetivamente começa focal, e só depois se torna generalizada”


 


 Tipos de Epilepsia

Tipos de Epilepsia podem ser identificados. Tipos de Epilepsia normalmente são divididos em dois grupos: tónica-clónica (normalmente designada de grande mal ou ataque de epilepsia) e larvada (também designada de pequeno mal ou crise de ausências).



Tipos de Epilepsia -Grande Mal/ Ataque de Epilepsia

A crise tónico-clónica é uma crise generalizada que normalmente dura entre 30 segundos a vários minutos e pode ser bastante assustadora para quem assiste. Por norma, começa com um grito, ao qual se segue perda de consciência. A pessoa cai ao chão e o seu corpo torna-se rígido, seguindo-se movimentos convulsivos e por vezes perda de urina e fezes. A respiração torna-se irregular e pode suspender-se temporariamente. Após a crise, a pessoa provavelmente não se lembrará de nada e sentir-se-á muito cansada, necessitando de descanso.

 

 

Tipos de Epilepsia – Pequeno Mal/ Crise de Ausências

A crise larvada ou pequeno mal também é considerada uma forma de crise generalizada, embora com outras características. Durante a crise a pessoa perde contacto com a realidade, consistindo em frequentes ausências e de curta duração. Podem ocorrer movimentos de mastigação e pestanejar rápido, mas não se verificam movimentos bruscos do corpo. A crise pode demorar alguns segundos ou meio minuto, podendo passar completamente despercebido, sendo frequentemente tomado como falta de atenção ou distracção por parte dos pais ou educadores.


 





A epilepsia aumenta em até três vezes o risco de morte prematura. Esse aumento deve-se a uma série de fatores, incluindo complicações de crises prolongadas, coexistência de doenças associadas e acidentes relacionados às crises (como afogamento, por exemplo). “E, ainda, devido a uma condição denominada Sudep (do inglês “sudden unexplained death in epilepsy patients” – morte súbita não explicada em pessoas com epilepsia) que, como o nome já diz, define situações de morte súbita em pacientes com epilepsia, aparentemente não ligada à ocorrência de crises”.
  




Vida normal

Não há cura para epilepsia. Por isso, o objetivo do tratamento é evitar a ocorrência de crises. Para tal, é importante reconhecer a condição e saber que, com a medicação adequada, 70% das pessoas terão vida normal. 




Para a parcela que não responde aos tratamentos disponíveis atualmente, a ciência tem apresentado boas esperanças com o avanço na busca por alternativas. Novos medicamentos estão em teste e há também a investigação de outras linhas de procedimento, como dieta específica e a neuromodulação do cérebro, como soluções possíveis para o problema.