Como agir diante
de uma crise convulsiva ?
Como ocorre uma crise convulsiva?
O corpo sofre contrações musculares intensas e
involuntárias. A pessoa se debate, pode ficar arroxeada, lábios e dentes ficam cerrados e há salivação excessiva. Na maioria das vezes, ocorre perda de
consciência. Essa é a descrição feita por quem já presenciou uma crise convulsiva, condição que ocorre repentinamente.
Segundo dados da Organização Mundial de Saúde
(OMS), até 10% da população mundial tem, ao menos, uma convulsão durante toda
sua vida.
Diante de uma situação como essa, esqueça o que diz
a crença popular e jamais tente abrir a boca de alguém que esteja tendo uma
convulsão. "A mandíbula é muito forte".
A coloração arroxeada é resultado da forte
contração dos músculos respiratórios. “Em alguns casos, a pessoa pode gritar,
também resultado dessa contração. Colocar a mão na boca não vai resolver e quem
está ajudando ainda corre o risco de se machucar seriamente”
A orientação é virar a pessoa de lado
para que ela não aspire saliva”. Essa posição evita que a língua obstrua a
passagem do ar e também que a pessoa se engasgue.
Outra medida importante é tirar a pessoa de
perigo.
Para isso, coloque-a deitada no chão, mantenha-a afastada de objetos
cortantes e móveis, e, se possível, retire colares e óculos e proteja a cabeça
com uma almofada, travesseiro ou algo macio.
Obs: Não jogue água no rosto da pessoa.
As crises em geral duram cerca de dois minutos,
mas podem se estender por até cinco. “Se o tempo for superior a esse, acione
uma ambulância ou leve a pessoa a um hospital. A crise convulsiva é sintoma de
uma condição neurológica aguda ou de epilepsia e deve ser abordada como
urgência médica em quem nunca a teve”
Quando a crise termina, é normal haver sonolência,
dor de cabeça e confusão mental. Esse estado, chamado de pós-ictal, pode durar
de uma a duas horas. Nesse período, evite dar de comer ou beber à pessoa, pois
os movimentos ainda podem estar descoordenados.
Epilepsia
Nem toda crise convulsiva, ao contrário do que muitos pacientes acreditam, é sintoma de epilepsia. Outros fatores como febre alta, tumor cerebral, hipoglicemia, acidente vascular cerebral (AVC), meningite, intoxicação, traumatismo crânioencefálico, reações adversas a medicamentos e abuso de drogas ou álcool podem ocasionar uma crise.A convulsão só caracteriza um quadro de epilepsia caso se repita por mais de duas vezes. Essa doença é um distúrbio neurológico crônico que afeta pessoas de todas as idades.
A estimativa da OMS é que 50 milhões de pessoas em todo o mundo tenham a doença. A crise acontece quando há uma falha nos impulsos elétricos do cérebro.
Durante a convulsão a orientação é colocar a pessoa deitada no chão, de lado, mantendo-a afastada de objetos cortantes e móveis.
As crises epilépticas podem
ser parciais (focais) ou generalizadas. A primeira é provocada por alterações
em qualquer parte do cérebro e, por isso, pode apresentar sintomas diversos,
que vão desde o formigamento ou náusea até ouvir barulhos estranhos ou sentir
cheiros diferentes. As crises parciais podem, em sua evolução, ter
generalização. Nesse caso, definem-se as crises secundariamente generalizadas.
A crise generalizada é a mais conhecida da população e envolve todo o cérebro e os sintomas são a inconsciência e as contrações musculares involuntárias e bruscas.
“Essa distinção é muito importante, porque as drogas antiepilépticas usadas para tratar crises focais e crises generalizadas normalmente são diferentes. No caso de uma crise secundariamente generalizada, a escolha deve ser por uma droga para tratar crises focais, uma vez que a crise efetivamente começa focal, e só depois se torna generalizada”
Tipos de Epilepsia
Tipos de Epilepsia podem ser identificados. Tipos de Epilepsia normalmente são divididos em dois grupos: tónica-clónica (normalmente designada de grande mal ou ataque de epilepsia) e larvada (também designada de pequeno mal ou crise de ausências).
Tipos de Epilepsia -Grande Mal/ Ataque de Epilepsia
A crise tónico-clónica é uma crise generalizada que normalmente dura entre 30 segundos a vários minutos e pode ser bastante assustadora para quem assiste. Por norma, começa com um grito, ao qual se segue perda de consciência. A pessoa cai ao chão e o seu corpo torna-se rígido, seguindo-se movimentos convulsivos e por vezes perda de urina e fezes. A respiração torna-se irregular e pode suspender-se temporariamente. Após a crise, a pessoa provavelmente não se lembrará de nada e sentir-se-á muito cansada, necessitando de descanso.Tipos de Epilepsia – Pequeno Mal/ Crise de Ausências
A crise larvada ou pequeno mal também é considerada uma forma de crise generalizada, embora com outras características. Durante a crise a pessoa perde contacto com a realidade, consistindo em frequentes ausências e de curta duração. Podem ocorrer movimentos de mastigação e pestanejar rápido, mas não se verificam movimentos bruscos do corpo. A crise pode demorar alguns segundos ou meio minuto, podendo passar completamente despercebido, sendo frequentemente tomado como falta de atenção ou distracção por parte dos pais ou educadores.A epilepsia aumenta em até três vezes o risco de morte prematura. Esse aumento deve-se a uma série de fatores, incluindo complicações de crises prolongadas, coexistência de doenças associadas e acidentes relacionados às crises (como afogamento, por exemplo). “E, ainda, devido a uma condição denominada Sudep (do inglês “sudden unexplained death in epilepsy patients” – morte súbita não explicada em pessoas com epilepsia) que, como o nome já diz, define situações de morte súbita em pacientes com epilepsia, aparentemente não ligada à ocorrência de crises”.
Vida normal
Não há cura para epilepsia. Por isso, o objetivo do tratamento é evitar a ocorrência de crises. Para tal, é importante reconhecer a condição e saber que, com a medicação adequada, 70% das pessoas terão vida normal.Para a parcela que não responde aos tratamentos disponíveis atualmente, a ciência tem apresentado boas esperanças com o avanço na busca por alternativas. Novos medicamentos estão em teste e há também a investigação de outras linhas de procedimento, como dieta específica e a neuromodulação do cérebro, como soluções possíveis para o problema.